Existe algo importante, o planeta Terra é vivo. Queimadas na Amazônia e no Pantanal estão matando o planeta, estão secando os rios. A Terra não é um ser inanimado, como uma pedra. Sobre a superfície do solo e abaixo dela (subsolo), na troposfera e ionosfera temos os elementos que oferecem condições para manutenção da vida (água, ar e alimento). Como tudo que tem vida, há em sua “ânsia” a necessidade em perpetuar a espécie, sendo que o ser humano não foge à regra.
Muitas coisas estão indicando que nossos netos e bisnetos não terão a Terra para viver, como a gente conhece atualmente!
A manutenção da Amazônia e do Pantanal é também da nossa vida
Entendendo o que é a Terra e como ela se comporta…
Veja que o planeta gira. Você enxerga o Sol nascendo ao leste e ele se põe a oeste. Para facilitar, pegue uma laranja e imagine ela girando, e desta forma você considera um ponto fixo sobre a casca da laranja e, este ponto vai de oeste para o leste. Este ponto que está a oeste, passa para o leste (com o movimento de rotação da laranja), assim como a laranja, a Terra gira, mas está a uns 27 km/minuto, na superfície e na linha do equador. Existe na superfície da terra o ar, os fluxos que formam os ventos (lembrando dos ventos alísios e contra-alísios necessários para as caravelas de Cabral e Colombo).
Veja sobre a América do Sul, tendo o mapa com o Brasil, pense sobre a região amazônica como a referência para você. Com o calor do Sol que bate sobre o Oceano Atlântico na região nordeste, ocorre a evaporação da água, que sobe para a atmosfera, e como o planeta gira, esta água que está sob a forma de umidade, formando as nuvens, cria a chuva que cairá na região amazônica. Isso porque a Terra gira do lado oeste para o leste, então as águas formadas sobre o Atlântico caem sobre esta região da floresta.
Agora entenda que a umidade que se deposita sobre um centímetro quadrado de um pasto (uma gramínea) em comparação a um mesmo centímetro quadrado de uma floresta. Observe quantas folhas existem em um mesmo centímetro quadrado de uma árvore da floresta amazônica.
Todos já observaram que ao evaporar, a umidade forma uma bruma clara sobre as árvores. Com o calor do Sol sobre a floresta amazônica, novamente temos a umidade destas árvores que sobem, criando as nuvens, que com o movimento da Terra, uma parte bate na Cordilheira dos Andes. As montanhas criam o congelamento desta água das chuvas, das nuvens e permite a criação do depósito de água nestes cumes (geleiras), que se tornam as nascentes de rios, como o Rio Negro e o Rio Solimões, formadores so Rio Amazonas, e que leva as água de volta ao Oceano Atlântico, realimentando o ciclo de água.
Como dito, parte vai para a Cordilheira dos Andes, e outra parte, faz a curva e segue para o sul do continente americano, alimentando com água a região do Pantanal do Mato Grosso, e que de novo, vai evaporar novamente, criar nuvens e depois cairá sob a forma de chuva na região sudeste e sul do Brasil, além de países vizinhos (Paraguai, Argentina).
Este fluxo das nuvens é reconhecido como os rios suspensos. Para ter uma referência, em um documentário do Discovery, passaram com equipamento para captar a água da chuva e saber o que existe de peso de água em uma pequena nuvem tipo cumulus, e se estimou o peso de cerca de 200 elefantes. Isso é peso de água sob a forma de nuvem.
Não é de hoje que existe o problema de seca, porém ano passado a seca foi sentida fortemente na região de São Paulo, hoje está sendo sentida também no estado do Paraná. Ocorre pouco chuva, maiores temperaturas. Há recordes de temperatura e de períodos sem chuva (secas que obrigam ao racionamento de água). É fácil observar que esta alteração é porque estão faltando as árvores que havia antes, para contribuir com a evaporação e alimentar a umidade do ar que por sua vez, oferece condições para a chuva no local e no momento necessários.
Temos ainda que o planta Terra tem uma pequena inclinação (23,5º) em seu eixo, e que cria as estações do ano, como inverno e verão, que se intercalam entre os hemisférios norte e sul. E como a Terra é praticamente redonda, existe uma alteração de velocidades dos ventos e de sentido destes ventos. Com isso, desejo que olhe o mapa do mundo e veja o Deserto do Saara, observe a semelhança de posição, ele está levemente acima da linha do Equador. O que quero dizer com isso é que a região Amazônica vai se transformar em um deserto, se as pessoas não entenderem o que está acontecendo e não mudarem o comportamento, pois a posição do Saara e do Amazonas, são equivalentes. Se não existirem árvores necessárias na região amazônica, a Cordilheira dos Andes vai ficar sem neve para alimentar os rios da região.
Sem chuva, teremos o deserto no Pantanal
Esse processo de desertificação já começou no nordeste do Brasil, como é possível observar na região dos Lençóis Maranhanses.
O tipo de solo que existe em uma floresta tropical como a Amazônica é muito rica em nutrientes apenas porque existem as folhas das árvores, se você tira as árvores, reduz a sombra, aumenta os ventos superficiais, e as gramíneas não oferecem a capacidade de conter a temperatura e o calor vai secar o solo e matar essa gramínea. O deserto vai crescer.
Dados apontam que quase 33% (2.349.000 hectares) da região do Pantanal (Mato Grosso) está destruída por incêndios. O ecossistema do Pantanal está sendo destruído.
Como é região de baixa densidade de pessoas, fiscalização fraca, pouca vontade política, há indícios que incêndios sejam atos deliberados. Para lembrar, a Lei nº 9.605/98 (art. 54) qualifica como crime o dano (incêndio e poluição) em floresta de preservação permanente e unidades de conservação. Incorrendo em penas de prisão superiores a 15 anos.
É possível que nós não queiramos nos preocupar, de imediato, mas nossos netos vão sentir profundamente o resultado do dano ao meio ambiente.
“proteger o meio ambiente, em última análise, significa proteger a própria preservação da espécie humana”. FIORILLO, p.73, 1999
Legislação Ambiental protege Amazônia e o Pantanal
Alguns dados públicos obtidos no Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento, pelo Observatório do Clima (rede da sociedade civil), destaca que até agosto de 2020, o Ministério do Meio Ambiente tinha em caixa mais de R$ 26,5 milhões livres para investir, mas usou pouco mais de R$ 105 mil, apenas 0,4% do permitido. Este dinheiro deveria ser para planejar as ações de proteção ao Pantanal e a Amazônia. Um exemplo: o plano que trata de biodiversidade tinha no orçamento R$ 1,388 milhão. Mas, até o fim de agosto, o Ministério do Meio Ambiente gastou R$ 50 mil, 3,6% do total a ele destinado.
Temos a Lei nº 6.938/81 com a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), que compõe o Ordenamento Jurídico, e trata da responsabilidade civil por ato lesivo ao meio ambiente e instrumentos para a preservação e combate ao dano. O Estado Brasileiro contava com Organizações não-governamentais e instituições científicas, como alternativas para melhor exploração dos recursos ambientais.
A Constituição Federal de 1988 conta com um Capítulo sobre proteção ao meio ambiente, o capítulo VI do Título VIII, com o artigo 225 e seus parágrafos e incisos.
No artigo 225 da Constituição Federal, relaciona-se a poluição, dano ambiental e a responsabilidade civil do degradador ambiental. Temos preceitos relativos ao meio ambiente além do artigo 225, como no artigo 170, em que o desenvolvimento deve respeitar o meio ambiente.
“Artigo 170, caput: a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos uma existência digna, conforme os ditames da justiça social, observando os seguintes princípios:
VI – Defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação. (BRASIL, 2004).”
Recentemente ouviu-se falar em Godzila, o fenômeno da areia do Saara que voa da África para a América (inclusive alimentando a floresta amazônica). A chuva de areia é de cerca de 200 mil elefantes por ano (e todos os anos), ou o peso equivalente a metade dos humanos do planeta. Esta areia vaga a 4 mil km de altitude, saindo do Saara e percorrendo para a América, algo como 7 mil Km. Esses grãos de areia perfuram o que seria o início de furação, quebrando a tempestade, e reduzindo a chance de tornados na região do Caribe e América do Norte. Isso para lembrar que o planeta é um só e o que se passa em um país, afeta diretamente o comportamento da natureza em vários milhares de quilômetros de distância.
O mundo é o resultado de tudo o que nele está, mesmo estando distante, pode interferir na manutenção das condições de vida do ser humano há milhares de quilômetros de distância.
Volume baixo na água dos rios é consequência dos incêndios
Queimadas no Pantanal resultam em seca nos rios. Tivemos o ENA que significa a Energia Natural Afluente, em que desde julho/2019 sinaliza estar abaixo de 60 % (MLT) Média de Longo Termo. Atualmente, chega a 20% MLT para as águas das bacias do Rio Iguaçu e do Rio Uruguai.
Em 9 de março de 2019, na primeira reunião no comitê de crise da Região Sul, foram apontados riscos como a falta de energia elétrica (porque os reservatórios das hidrelétricas ficarão em baixos níveis). Também risco de fornecimento de água (falha no saneamento público) para a região de São Paulo e do Paraná. Isso decorrente da seca meteorológica e como consequência ocorrendo a seca hidrológica.
Moral da história, o planeta Terra está mandando a carta azul ao Ser Humano, ou é apenas advertência?
Cabe a nós, entendermos a razão de nossa existência e o estado do planeta, para que se tenha sabedoria no uso dele e dos recursos que ele nos oferece.
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